24 de abril de 2024

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A CRESOL TROUXE PARA FRANCISCO BELTRÃO NA EXPOBEL O EX-JOGADOR DENILSON

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A Cresol trouxe para Francisco Beltrão no último sábado, o ex-jogador de futebol Denilson, comentarista do programa Jogo aberto (Band), e pentacampeão mundial pela seleção brasileira, em 2002, na Copa do Mundo da Coreia do Sul e Japão. Em 2016, a cooperativa promoveu a vinda da apresentadora do Jogo Aberto, Renata Fan, para a Expobel. Irreverente, Denilson, logo na chegada à Associação Empresarial (Acefb), onde aconteceu a entrevista coletiva, cumprimentou funcionários da entidade. Após a sessão de perguntas dos jornalistas, Denilson seguiu para o centro de eventos. Veja como foi a entrevista:

IMPRENSA - QUAL SUA EXPECTATIVA PARA O BRASIL NA COPA DA RÚSSIA?

Denilson - Se você me perguntasse isso na era Dunga, eu ficaria preocupado. Não por causa dele, mas ele criou uma barreira muito grande com a imprensa. Então, tudo o que ele fazia repercutia muito. Se a gente pegar os números do Dunga na seleção, não são números ruins. Mas uma coisa que me chamou bastante a atenção, logo na chegada do técnico Tite, os jogadores estavam nos vestiários dançando, jogando vídeos nas redes sociais. Porque numa seleção brasileira a gente se reúne muito pouco pra trabalhar, pois joguei duas copas do mundo e sei como é muito importante esse curto tempo de preparação para se identificar com a filosofia do treinador. Entendo que os jogadores não tinham se identificado com a filosofia de trabalho do Dunga. O Tite conseguiu resgatar uma paixão nossa como torcedor da seleção brasileira, tivemos uma primeira fase de Eliminatórias que corremos risco de não se classificar.
Aí chega o Tite, a gente se classifica em primeiro lugar e isso te enche de esperança. Temos dois amistosos nesse mês, um contra a Rússia e outro contra a Alemanha. Aí vem aquele fantasma do 7x1, mas a perspectiva com a seleção brasileira é muito boa.

VOCÊ PERCEBE A DIFERENÇA DOS JOGADORES BRASILEIROS DENTRO E FORA DO BRASIL?

Tem atleta que se dedica mais e tem um comprometimento com o trabalho e outros que pensam que o futebol dura a vida toda. Sempre busquei aproveitar tudo da melhor maneira, mas tudo no seu tempo. Aí você olha pra trás e pensa: o que é que eu fiz na minha carreira. Exemplo é o Zé Roberto, que se aposentou no Palmeiras e deixou um legado extremamente positivo, teve uma carreira vitoriosa. O jogador de futebol tem que inspirar nesse tipo de atleta.

E SOBRE SER PATROCINADO PELA CRESOL?

É uma grata surpresa ser garoto propaganda da Cresol. Você linkar uma imagem com uma empresa consolidada há mais de 20 anos no mercado, isso é que me faz acreditar nas pessoas. Todas as vezes que fecho um compromisso com alguma empresa, o meu staff faz um levantamento porque eu não posso linkar a minha imagem com algo lá na frente que possa me prejudicar. E com a Cresol tem sido bem diferente.

A gente sabe que você encontrou um amigo e tem um time de futebol na primeira divisão, o União, queria saber tua opinião, uma cidade de 90 mil habitantes ter essa oportunidade, sendo que cidades bem maiores não conseguem ter dois times na elite?

O futsal eu não acompanho muito, mas sei que o Marreco foi longe na Liga Nacional, na temporada passada. E na temporada seguinte é um desafio manter essa boa campanha. E a permanência dos jogadores? É natural você alavancar uma visibilidade e outros clubes virem tirar os melhores atletas do time. Aí que entra o patrocinador, que dá apoio à comissão técnica, aos jogadores e à diretoria, para que o sucesso continue. Em relação ao União, me remeteu ao meu momento quando era jogador, eu ficava concentrado antes do jogo. E aqui encontrei o Paulo Baier [técnico do Toledo], que jogou em alto nível até os 40 anos de idade. Outro dia eu brinquei, quando um treinador ia visitar o time adversário na concentração, a gente já criava uma polêmica danada lá em São Paulo. O que o Paulo Baier foi fazer na concentração do Corinthians, do São Paulo, nossa, ia ser uma bomba. Mas ali você vê que o Paulo jogou com alguns jogadores do União e por coincidência a gente bateu um papo no hotel.

E o que falta para o futsal ter um espaço maior no Brasil, apesar de que já vem acontecendo jogos transmitidos pela TV?

A comparação com o futebol não cabe, o futebol tem um investimento infinitamente maior do que qualquer outra modalidade. A gente já viu um crescimento no basquete e no vôlei. O fato de o futsal ser televisionado já é algo grandioso e automaticamente chama os patrocinadores. Você não vai patrocinar algo que não apareça em lugar nenhum. E o futsal também vai muito do jogador que surge, a gente tem a referência do jogador Falcão, e não sei se hoje tem um sucessor do Falcão. Igual não vai existir porque ele é o Pelé do futsal. Mas alguém que possa estar vindo com uma característica parecida com a dele, para continuarmos falando do futsal. Antes do Falcão tinha o Manoel Tobias, que era da minha geração, e agora quem vem depois do Falcão? Importante que os clubes criem esse tipo de jogador. Eu tenho discutido muito isso na imprensa porque os jogadores de hoje são muito robotizados. Sinto falta daquele jogador que quebra as linhas de defesa, que tem um pouco mais essa característica do drible, não apenas a velocidade. E o futsal precisa disso, de um novo jogador que desequilibre uma partida.

Você falou do jogador robotizado. Nesse mesmo contexto falamos do futebol chato, que o jogador não pode tirar a camisa quando marca um gol ou não pode dançar. Como que você vê isso?

Sobre tirar a camisa eu não concordo em tirar [a camisa], porque a gente fala muito de patrocínio. Você imagina eu entrar aqui e tirar a camisa? E a Cresol? [risos]..Se eu patrocino um cara e vejo isso, logo penso: não acredito! É o momento em que a câmera vai nele. Eu nunca tirei, mas levantei a camisa pra mostrar outra com uma mensagem. Hoje os clubes, quando termina o jogo e o jogador vai saindo, o cara vem e coloca uma camisa nele, se ele estiver sem. No meu tempo a gente tirava a camisa e ia sem ela para o vestiário. Hoje os patrocinadores devem ter a visibilidade necessária.
Com relação às comemorações, eu vejo que é preciso incentivar, comemorar e dançar mesmo. Não acho que seja uma provocação. Há duas coisas distintas. Outro dia teve um jogo [Bahia x Vitória], o atleta do Bahia sempre comemora daquele jeito [extrovertido], mas ali faltou um pouco de entendimento dele. Poxa, vai comemorar o gol com seus companheiros, não junto da torcida adversária. O jogador é um espelho, ele deve ter mais cuidado na hora das comemorações.

Você está com 40 anos de idade, teria mais "lenha pra queimar"?

Teria cara, mas me aposentei em 2003 aos 30 anos porque tive uma lesão séria de cartilagem. O diagnóstico era de que eu tinha mais cinco anos pra jogar. Aproveitei esse tempo pra ir mais capitalizando [guardando dinheiro] do que jogando por prazer, porque eu sabia que a minha carreira estava sendo abreviada. Se você pegar a reta final da minha carreira vai ver que fui pra Arábia Saudita, Estados Unidos, até me aventurei no Vietnã. Tudo pela questão financeira. Numa madrugada, tomei uma decisão de parar de jogar. Levantei e liguei para meus pais que tinha chegado o momento de parar. Mas graças a Deus o período que eu joguei construí um legado bacana, cuidei da questão da minha imagem durante a minha carreira e agora na área da comunicação.


Antonio Pedron vice-prefeito de Francisco Beltrão - Na Copa do Mundo, quando o Brasil perdeu pra Alemanha, e quando foi para o vestiário no primeiro tempo, não tinha o que fazer pra mudar a situação?

Tem você subestimar o adversário no futebol. Se o Felipão [técnico] tivesse acreditado no seu staff, que era resguardar o meio de campo... Mas ele quis jogar com o time aberto, com o Bernard, da alegria nas pernas e tal. E o Brasil acabou sendo surpreendido, pode ver que tomamos todos os gols pelo meio de campo, ponto forte deles na época. Então, abre mão de jogar aberto e fortalece o meio de campo. Acho que ele foi teimoso nesse sentido. O erro na verdade já começou em não acreditar nas informações de seu staff. Mas também como Felipão já tinha sido campeão do mundo em 2002, ficava difícil falar alguma coisa. Também faltou um jogador dizer: rapaziada, dois a zero, fecha a casa, reorganiza o time e a gente começa a sentir o jogo de novo. Quando tomou o terceiro gol, aí já era. Em 1998, na França, aconteceu de a gente se desligar no jogo e quando viu já era tarde. Quem lembra, o nosso primeiro tempo foi ridículo e na volta do vestiário, teve um chacoalhão e nós voltamos melhor. Na Copa do Mundo no Brasil faltou alguém dentro de campo, faltou um líder e faltou humildade em reconhecer que a Alemanha estava melhor. Eu me solidarizei com os atletas, por ter passado por isso em 98, perdi uma final de Copa do Mundo. Me perguntava porque eu tinha perdido. Chorei, me debati no quarto do hotel. Quando terminou o jogo do Brasil com a Alemanha imaginei o que os jogadores estavam sentindo no vestiário, depois veio o lado torcedor, da raiva, porque você pensa, poxa, tomar de 7 numa Copa... Beleza se fosse perder de 1,2, 3x0. Foi cruel. Nessa hora você pega o celular e só tem a família te apoiando, as vezes até o filho diz: poxa pai, tudo isso?

Qual foi a competição que mais te emocionou?

Foram as copas do mundo que participei. É um momento maravilhoso e difícil a gente explicar, ainda mais agora que trabalho em veículo de comunicação, e ver como é corrido toda uma cobertura de uma Copa. Voltando um pouco para trás, quando fui trabalhar na Band, comentar a Copa de 2010 [África do Sul], o meu projeto era na verdade ir pra Espanha trabalhar nas categorias de base do Betis (Espanha). Aí fui trabalhando, ganhando gosto pela coisa e as pessoas curtiram meu trabalho. Lembro quando eu tinha 11 anos e me perguntavam seu eu tinha sonho de jogar uma Copa pela seleção brasileira. Eu dizia que queria jogar bola. Acho que hoje os pais colocam uma carga desnecessária nos filhos. Criança de 11 anos tem que brincar de bola, ela não tem que perder ou ganhar com a bola. Vivi uma experiência recente de um pai que me pediu pra eu gravar um vídeo para o filho dele, mandar um abraço e falar que ele perdeu um gol incrível. Aí perguntei: qual a idade dele? Ele me respondeu sete. Eu brinquei de bola a vida inteira e a identificação que eu criei com o torcedor é justamente por isso. Fui perceber que isso era minha profissão quando tomei o primeiro golpe do meu empresário. Pensei, isso aqui é a minha vida, o meu ganha-pão e alguém tirou isso de mim. Então eu comecei a perceber a responsabilidade que eu tinha. Eu também gosto de dizer que eu não faço planos a longo prazo, somente a curto prazo. Faço plano pra daqui a pouco eu voltar pra casa e estar com meus filhos. Ou semana que vem vir aqui e representar a Cresol. E tem dado certo! Quando cheguei no São Paulo eu pensei: agora meu próximo passo é a seleção. O jogador deve, na minha opinião, pensar assim. Senão você pensa no objetivo de vida lá na frente e esquece daquele mais próximo de você, aí vira uma bagunça. Faça planos a curto prazo, essa é a minha ideia.

Por: Darce Almeida (jdb)

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