Todo mundo fala sobre detox, suco verde, suco rosa, chá de hibisco, sopa de gengibre, muita água. Gritam aos quatro ventos vozes, textos, imagens, conteúdos mil passando a mensagem: Cuidado com os vilões da alimentação, não sobrecarregue o corpo, faça exercícios, cuide da postura. Necessário, útil, importante, atual.
Mas eu vim falar de outro tipo de purificação, aquela que vai além das vísceras, do orgânico, da máquina física. Eu vim falar de um tal detox que faz parte dos meus dias enquanto psicóloga e indivíduo. O detox emocional.Mas eu vim falar de outro tipo de purificação, aquela que vai além das vísceras, do orgânico, da máquina física. Eu vim falar de um tal detox que faz parte dos meus dias enquanto psicóloga e indivíduo. O detox emocional.
Fala-se pouco dele. Talvez por ser mais complexo e por não ter receita pronta. Porque quando a gente fala de emoção é tudo tão subjetivo...abstrato. Não é igual detox do corpo onde você faz mais xixi e vê os tornozelos desinchando. Ou como quando você faz uma drenagem linfática maravilhosa e sente o intestino trabalhar enquanto o corpo afina. Não, não é assim. Mas, se você prestar atenção, pode sentir a alma perdendo peso, ficando leve, aliviada quando você pratica o detox emocional.
E como é que a gente faz isso? Como é que a gente se livra daquele piano pesado que machuca as costas e desgasta os joelhos da emoção? Pois bem, fazendo faxina. Sim, faxina. Tirando o pó das nossas relações, separando as que não cabem mais daquelas que somam na nossa vida. Desapegando de vínculos “trash ou fast food”, entendendo que eles são indigestos, pesados, desgastantes.
Escavar seu universo afetivo, com coragem, para entrar em contato com os ranços que guarda dentro de ti, vomitar, simbolicamente, tudo aquilo que está estragado, vencido, mofado, que não foi digerido tampouco assimilado. Mas isso faz bem? Como pode fazer bem se traz desconforto, dor, angústia, tristeza?
Eu respondo pra você, bem confiante, um sonoro e garrafal SIM. Reconhecer suas feridas, enfiadas em algum canto profundo de ti, é o único jeito de não ser refém delas. É o suco verde útil pra alma. Nada do que está internalizado pode ser transcendido se, antes, não for sentido. E ponto final, não tem outra maneira.
Pra ficar leve, com o coração tranquilo e a mente em paz é necessário arregaçar as mangas e lidar com conteúdos rançosos que você enfiou bem lá no fundo daquele baú que só tem quinquilharia. Dá até sono só de pensar em abrir e mexer porque, sabe Deus, o que vai sair lá de dentro. Aranhas, baratas e traças…bichinhos que gostam de coisa esquecida no museu da emoção.
Então aprende a fazer o tal detox. O menos popular, mas o mais importante. Deixa leve e desinchada a emoção e a alma que sustentam o seu corpo, essa máquina maravilhosa que te leva pra cá e pra lá.
Se protege, cria casca, resiste, vai de novo, levanta, sacode a poeira, que essa vida é linda e doideira, pedreira e suavidade. Faz da dor oportunidade de ser mais valente, presente. Experiência curta e única essa de estar aqui nesse planeta se desenvolvendo, não perde tempo. “Detoxifica” seu coração e toda sua existência.
Concentra, vai se exercitar, toma um suco feito de coragem pra revirar o baú de sentimentos, se apropriar, lidar com eles e depois deixá-los irem pra que você possa vislumbrar tornozelos emocionais livres e leves. Pra te levarem por aí com a alma em paz.
Um prazer falar do que mais amo aqui pra vocês. Um beijo.
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