O Brasil de fato está em Caracas, onde acompanha os fatos recentes da política e do cotidiano no país
A venezuela vive uma complexa crise política e econômica, que se arrasta por mais de quatro anos. No centro do turbilhão está o governo de Nicolás Maduro, eleito pela primeira vez em abril de 2013; reeleito em 2018 por meio das eleições presidenciais ocorridas em 20 de maio. Na mesma data foram realizadas também eleições dos conselhos legislativos estaduais e municipais venezuelanos.
Em 10 de janeiro de 2019, Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), toma posse para um novo mandato, e tem como desafio maior pacificar o país, convulsionado pelos protestos oposicionistas e por uma brutal guerra econômica, que gera desabastecimento de alimentos e produtos básicos.
Herdeiro político do ex-presidente Hugo Chávez, Maduro chegou ao poder em meio à comoção pela morte do líder que, além de impulsionar a chamada Revolução Bolivariana, colocou o país petroleiro no mapa geopolítico mundial. A ausência de Chávez, no entanto, fortaleceu a oposição, que não deu trégua ao governo Maduro, primeiro não reconhecendo sua vitória, passando por tentativas de tirá-lo do poder por meio de referendo ou promovendo protestos constantes, que se configuram como tentativas de golpes.
O Brasil de Fato está acompanhando o cotidiano da Venezuela de perto e publica aqui as reportagens produzidas por nossa correspondente no país, Fania Rodrigues
VENEZUELA: MAIS DOIS MILHÕES PODEM FUGIR DA CRISE EM 2019
ONU prevê que essa alta deverá elevar o total de refugiados venezuelanos a 5,3 milhões enquanto o colapso do país prossegue
Estimados dois milhões de venezuelanos podem cerrar as fileiras de imigrantes e refugiados no ano que vem, elevando o total a 5,3 milhões enquanto o colapso do país prossegue, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira. Cerca de 5 mil venezuelanos fogem de sua terra natal diariamente, menos do que o pico de 13 mil de agosto, disse Eduardo Stein, representante especial conjunto do alto comissariado da Acnur (Nações Unidas para os Refugiados) e da OIM (Organização Internacional para as Migrações).
Stein descreveu a cifra de dois milhões como uma estimativa de custo para imigrantes e refugiados rumando para países vizinhos nos próximos 14 meses que precisarão de ajuda.
"A região tinha que responder a uma emergência que em algumas áreas preocupantes foi quase semelhante a um grande terremoto. De fato estamos enfrentando um terremoto humanitário", disse ele em um boletim à imprensa.
Na semana passada a ONU apelou por 738 milhões de dólares em 2019 para ajudar os vizinhos da Venezuela a lidarem com o influxo de milhões de imigrantes e refugiados que "não têm perspectiva de voltar no curto para médio prazo".
Cerca de 3,3 milhões de venezuelanos já fugiram da crise política e econômica em casa, a maioria a partir de 2015, disse o Acnur. Aproximadamente 365 mil deles pediram asilo, disse o representante dos refugiados da ONU, Filippo Grandi.
"As razões de estas pessoas partirem vai da pura fome à violência e à falta de segurança... nós do Acnur acreditamos que muitas têm razões válidas para buscarem proteção internacional", afirmou.
Um grupo bipartidário de senadores norte-americanos propôs conceder um status de proteção temporária a imigrantes venezuelanos nos Estados Unidos.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, atribui os problemas econômicos de sua nação a sanções financeiras dos EUA e a uma "guerra econômica" liderada por adversários políticos.
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